terça-feira, 16 de junho de 2009

Uma estranha de mim...


Começou assim,
do nada que era foi sorriso
de pequena atenção foi lampejo
da ausência completa se fez um olhar
do pequeno vislumbre tornou alegria
no peito aberto guardou bem querer
pernas bambas sustentaram um abraço
e uma flor em riste parou o tempo.

Transformou-se assim,
do que era riso fez plenitude
da minguada centelha foi calor
de um espelho verteu alma
da ventura me trouxe paz
no teu desvelo me fez pessoa
no teu cheiro pude dormir
tornou teu sangue meu próprio pulsar.

Afastou-se assim,
da indolência transbordou desengano
do que era lástima fez distância
do meu caminho tomou dianteira
no descuido adentrou deserto
com andar apressado vi você se afastar
te fez desterro de mim
minha ausência tornou-se a sua.

Acabou assim,
do que foi verdade virou fábula
do completo se fez um vazio
de parte de mim curvou um estranho
das mãos dadas restou o frio
desespero no último abraço
meus pulmões respiraram ausência
a paz, nublada, se pôs a dormir.

2 comentários:

Mara Toledo disse...

Meu querido,

estou achando que você é melhor na poesia do que na prosa!! rs

Beijos.

Unknown disse...

Dani.

Um misto de Amor e Dor.
Beleza demais...
Palavras demais...
Verdade demais.

Adorei

bjs