domingo, 29 de julho de 2007

Como te quero.


Eu quero em você porta aberta,
escute pessoa, não te quero janela;
fechada, parede, do entrar ilícito.

Te quero escancarada
para que dentro não haja escuridão,
e o bolor das palavras que só saem.

Te quero, toda luz.
Para assim em ti, me iluminar também.


Te quero cereja, beleza e sabor;
cor, textura, semente e vida,
para te tornares árvore, e
que assim me abrigue enquanto toca o vento.

Que seja uma igual, diferente e em trasformação;
forte e sólida madeira, mas flexivel.

Te quero folhas soltas, energia,
e sábia, pessoa; com a raiz ao chão.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Excepcionalmente triste.



Percebo que normalmente estamos anestesiados, nos desapontamos com os ramos mal podados mas não enxergamos a árvore por inteira, isso é compreensivel, a árvore é tão grande, nem tenho certeza se é possivel enxerga-la completamente, pensando bem, nunca conseguimos, pois de onde estamos não vemos o que esta por traz, não vemos o que esta por baixo, a raiz esta escondida, tentamos entender como ela funciona ou pelo menos deveria, mas embaixo da terra não sabemos o que esta acontecendo.
A árvore é o meu país, e eu não posso odia-la ou abandona-la pela inépcia, ou má vontade do jardineiro que eu mesmo escolhi! Mas como dói ve-la assim. Pagamos tão caro ao jardineiro e seus ajudantes e ela continua mal tratada. Desconfio que meu jardineiro na verdade esta alimentando os cupins!
Não podemos voar, não confiamos nem que vamos chegar, e ainda temos certeza que não chegaremos na hora certa. Não podemos dirigir, as estradas não tem segurança, estrutura, manutenção, fiscalização, pois esta ultima sabemos que procura mais extorquir do que fiscalizar. Meus país para.
Minha árvore teima em tentar crescer, seus jardineiros teimam em podar e "sangrar" seus galhos. Desconfio que eles não gostam de plantas, desconfio que eles querem roubar toda sombra, o que estão fazendo, um bonzai? Mas não entendo, um bonzai não da frutos suficiêntes para alimentar um homem, ele não pode proteger, deve ser por isso que os cupins se voltam para minha casa, não tem mais madeira, e eu ainda sou proibido de matar os cupins, eles não podem nem ser presos! Será que o meu jardineiro é na verdade um cupim?
Hoje eu vi meu jardineiro na televisão, agora ele só vai onde não pode ser vaiado, eu pago tão caro e não posso mais nem reclamar com ele! Minha garganta se fechou, meu coração ficou apertadinho, os olhos marejaram, e me senti envergonhado, como posso ser tão tolo, essas coisas sempre foram assim! Que inocência me aborrecer com isso! Mas depois senti a vergonha de ter vergonha. Afinal, gosto tanto dela. Pois apesar de tudo isso, minha árvore é tão bonita.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Livro x Filme



Que nome pomposo! Na verdade estarei discursando sobre a capacidade de entender o que nos cerca, isso por uma visão (como não poderia deixar de ser) bem particular, não saberia precisar extamente quando, mas acredito que a vida, assim como a percepção do mundo começam a partir da formação do sistema nervoso durante a fase fetal, sendo portanto por meio de estímulos que as informações são armazenadas, descartadas ou escondidas no subconciênte, e a partir delas que construimos a nossa percepção, que é a nossa verdade do mundo, mas intrinsicamente subjetiva ao mundo real, essa verdade também é influênciada fisio/bioquimicamente, por questões biológicamente básicas como o próprio gênero, a organização neuronal que influência diretamente a nossa percepção age em uma parte importânte decorrente da influência hipotalâmica dos níveis de testorena ou estrogênio, existindo assim uma percepção masculina ou feminina, que em parte determina a percepção do todo, isso sem contar as disfunções endocrinas patológicas que que regulam não apenas o metabolismo do organismo como um todo, mas também em suas partes, a exemplo de uma disfunção na produção de melatonina podendo levar o indivíduo a depressão, mas não é esse o foco. Mas a percepção em sí.
Ler um livro ou ver um filme? Faça os dois, mas (na minha opinião) de preferência leia o livro antes, pois é magica durante a leitura a capacidade inventiva de criação de uma realidade, que por sí é completamente subjetiva, os locais descritos, a feição dos personagens e sua contextualização com os problemas circunstanciados, estão intimamente ligados ao seu próprio arcabouço cultural e intelectual. Já o contrário não é verdadeiro, pois os atores de um filme, sua fotografia e interações entre seus elementos tornam impossivel a construção de todo um novo universo que estará para sempre perdido, mesmo durante a leitura, em um livro você é o diretor do seu próprio "filme mental".
Existia um exercício que gostava de trabalhar com meus alunos de educação física, a turma era dividida em dois grupos, nos quais um tinha os olhos completamente vendados e precisavam ser guiados por um determinado percurso, onde em certo momento o guia tinha que descrever em pouco tempo ao "cego" o máximo de informações possíveis de um determinado fato que estaria acontecendo, seja a passagem de um carro, uma pessoa, animais, o local, a forma, a distância, as cores, a impressão, e no final o guia percebia que por mais que tentasse, era impossivel descrever de forma precisa todas as informações assimiladas por meio da visão, fato antagônico ao tema, de forma analoga, remete que as cerca de 2 horas gastam em filme são insuficiêntes para comparar a experiência das "n" horas gastas para ler um livro.
Hora gasta ou hora ganha? Depende do que você lê! Depênde do que você vê! Depende de quem você é! Do mundo que te cerca! Do porque você o faz! Pra quem você faz! O que você procura? Seu metabolismo bioquímico! Seu gênero! Enfim, só você pode saber! Ou não!