sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Honra-me com teus nadas.
Traduz me passo
De maneira que eu nunca me perceba.
Confunde estas linhas que te escrevo
Como se um brejeiro escoliasta
Resolvesse
Brincar a morte de seu próprio texto.
Dá-me pobreza e fealdade e medo.
E desterro de todas as respostas
Que dariam luz
A meu eterno entedimento cego.
Dá-me tristes joelhos.
Para que eu possa fincá-los num mínimo de terra
E ali permanecer o teu mais esquecido prisioneiro.
Dá-me mudez. E andar desordenado. Nenhum cão.
Tu sabes que amo os animais
Por isso me sentiria aliviado. E de ti, Sem Nome
Não desejo alívio. Apenas estreitez e fardo.
Talvez assim te encantes de tão farta nudez.
Talvez assim me ames: desnudo até o osso
Igual a um morto.
(Hilda Hilst, 11 de setembro de 1994)
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Tatiana
Me refaço das coisas que já não preciso
O tempo me toma a fome
Prefiro as figuras com pouca cor
pouco vento e um livro que roube o sono
Tudo importa menos do que antes
.
Puxa vida! Você não veio.
Meu quintal, meu cachorro
foi embora ou joguei fora?
E todas as palavras são pretéritas.
.
Tatiana não sabia
eu escrevia seu nome no espelho
Mais ninguém! Menos todo mundo que sabia
melhor amigo, a professora
"te conto apenas se jurar segredo"
Onde raios foi parar Tatiana?!?
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